Você é Maromba Old School? Descubra Porque o Crossfit Pode Ser Ideal Para Você!
Depoimento de uma marombeira e powerlifter old school
Sou entusiasta da musculação old school. Simplesmente amo entrar numa gym onde o Rock n`Roll toca alto, as anilhas de ferro tilintam nos racks e deixam marcas de ferrugem nos meus calos – sou menina, mas gosto de sentir o recartilho da barra fazer arder a palma da minha mão! Me empolgo mais ainda quando não tem ar condicionado, só aqueles ventiladores enormes antigões, e há pôsteres desbotados de grandes bodybuilders do passado ou aqueles mapas de anatomia antigos na parede. Como está cada vez mais difícil encontrar uma academia neste perfil, vou me adaptando ao que encontro e variando o ambiente, pois gosto de conhecer gente nova, fazer amizades com quem curte os esportes de força e conhecer novos centros de treinamento, equipamentos e outros profissionais.
Durante um tempo, treinei em um local cuja proprietária havia sido minha colega de faculdade e, inclusive, fui estagiária por lá na época da graduação. Academia top, bombada, equipo de última geração, vários atletas frequentam, galera marmita frango com batata doce escondido no banheiro e tals… Essa minha amiga, que também é uma empresária e tanto, havia recém-inaugurado um Box de Crossfit logo no prédio da frente.
Todas as vezes que ela me via no salão treinando, vinha com o mesmo papo (sotaque carioca mode on): “caaaara, você TEEEEEM que dar um treino lá no Box! Crossfit é A SUA CARA!” Eu respondia com um sorriso meio idiota colado no rosto, dizia que qualquer hora passava lá “pra ver qual é”, mas, no fundo, tinha um baita de um preconceito contra aquele lance de pular em caixote! rsrs Sério, eu achava que a minha colega era muito louca de pensar que aquilo poderia combinar comigo. Logo eu, maromba old school, roqueira, powerlifter, que treina de regata cavada masculina e allstar cano longo… Piada! Só que, de tanto ela insistir, começou a ficar meio constrangedor. Então, resolvi ir lá no tal do Box.
A Experiência
Simpatizei, pois era aberto, sem portas e sem ar-condicionado. Não havia espelhos nem wi-fi disponível para alunos. Achei bacana ver um cara sem camisa, shape volumoso e rasgado, com um cachorro lá dentro, brincando, provavelmente depois de treinar. Reparei que tinha um quadro negro na entrada mostrando quais as técnicas de treino seriam enfatizadas em cada dia da semana. Estava escrito que, sexta-feira, era dia de Deadlift. UAU, eles vão dedicar um treino inteiro para o meu exercício favorito? Eu nem sabia que eles faziam isso! Kkkkkk Sexta-feira estava eu lá, no treino de 6h da manhã, para finalmente me render ao Crossfit.
Para começo de conversa, minha vaidade foi por água abaixo. Na época, eu fazia 1RM de Levantamento Terra em torno de 120Kg. Não é muito, mas, eu ainda não treinava Powerlifting de forma específica. Fazia os levantamentos básicos no método 5×5 e completava o treino como uma fisiculturista. Ainda assim, na academia, não tinha ninguém, nem homem, que fazia esse PR. Aliás, na academia, quase ninguém fazia Terra. Chegando no Box, não só essa minha marca era comum entre as meninas, como todo mundo dominava o exercício de forma impecável! Depois do aquecimento e da parte técnica, o coach (ok, ainda acho esse termo meio boiolagem) soltou um Van Halen, para chamar a galera para a maldade.
Meus ouvidos dançaram! Fui fazer um EMOM com o peso oficial para mulheres (RX), que era de 70Kg, achando que ia ser tranquilão… kkkkk Quando você não tem quase tempo para descansar, 70Kg podem parecer 370. Lembro que, no último minuto, a barra não subiu mais. Quem estava próximo a mim, não sei nem quem era, tentou gritar, me incentivando. O coach também. Mas, não subiu mesmo. Eu fiquei lá, com cara de boba, suando igual a uma torneira e pensando: como assim? São SÓ 70Kg! Decepção total!
Quando achei que tinha acabado, veio o tal do WOD. Olhei pro lado e vi a galera tirando a camisa, homens e mulheres. Ué, pode?!?! Que máximo! No calor que faz no Rio de Janeiro, poder tirar a camisa no ambiente de treino é uma benção! Alguns também tiraram o tênis e optaram por ficar descalços. AMEI! Sempre tinha sonhado em fazer um Deadlift descalça e nunca pude! Lá fui eu de novo, igual à criança, carregar a barra com o peso oficial das meninas.
Apontaram um baldinho de magnésio para mim. Achei que estava no paraíso! Dessa vez, não deu nem na primeira! A barra colou no chão e não subia de jeito nenhum! Nocauteada pelo que eu mais amava… Quando fui reduzir o peso para poder cumprir com o treino, tendo a convicção de que se o capeta existe, ele é crossfiteiro, um parceiro chegou junto e me ajudou a desanilhar a barra, para ser mais rápido e eu não atrapalhar tanto o meu treino. Achei tão gentil!
Qual não foi a minha surpresa em perceber, depois, que toda vez que alguém passava sufoco com o peso, um parceiro ia lá ajudar. Muito anos 70 isso! Quando chegou ao fim, eu me joguei no chão, sem fôlego, peito apertado, garganta ardendo de tanto gritar – é, no Box, gritar, grunhir, pingar suor no chão, largar o peso quando se está à beira da morte por exaustão, é tudo liberado, uma delícia! Quando abri os olhos, a minha barra já tinha sido desmontada e uma menina sentou no chão do meu lado, perguntando se eu precisava que enchesse minha garrafa d`água. Claro que aceitei! Depois, fui catar meu whey na mochila.
Um grupo que já treinava junto naquele horário foi tomar café da manhã na padaria ali perto e me convidou. Deixei o whey prá lá e fui com eles. Omelete e vitamina de banana com aveia e mel, feita com leite integral. O pós-treino deles era comida, como nos tempos de Reeves, Arnold e outros deuses.
O que aprendi com o Crossfit
- COMPROMISSO: nos horários de pico, alguns Boxes trabalham com aplicativos de presença. Se você confirma, você vai. Caso contrário, na próxima, paga uns castigos em forma de burpees – que não é gostoso! Em alguns, você toma uma suspensão de um treino. É uma brincadeira que te obriga a ter compromisso com você mesmo. E com o próximo, afinal, alguém deixou de treinar por sua causa. Logo, não tem espaço para preguiça!
- DISCIPLINA: no Box não tem espelhos para selfies, não tem wi-fi, sua garrafinha não fica ao seu lado, não existe a menor chance de você treinar de fones de ouvido ou qualquer outro aparelho. Crossfitters só pensam em uma coisa: superação.
- O senso de COMUNIDADE: no meio do Crossfit, todos se tratam como parte de uma comunidade especial e um incentiva o outro, mesmo quando estão competindo. Aquele grupo de pessoas divide a mesma afinidade, o amor pela força, e entende que isso deve ser cultivado. Não necessariamente todos amam todos, mas, todos se respeitam e colaboram para manter um clima amigável, com atmosfera positiva e motivante. Não era assim na época de Arnold?
- RESPONSABILIDADE: não existe a menor chance de você enrolar num WOD ou treinar de forma preguiçosa. Se você vai treinar, você está completamente imerso naquele propósito. Até porque, talvez possa ter um exercício em dupla, por exemplo, e se você fizer corpo mole, prejudica seu parceiro.
- SAIR DA ZONA DE CONFORTO: quando o cronômetro dispara, não são 4 x 10. É o máximo que você conseguir naquele tempo. Acredite, sempre dá para fazer mais uma repetição. Sempre!
Portanto…
Se você é marombeiro old school, entusiasta das décadas de ouro do fisiculturismo, mas não tem uma academia com este perfil próximo de você, considere experimentar o Crossfit. Mesmo que seja por 2x na semana, como opção de cárdio, por exemplo. Talvez você se surpreenda com o quanto eles conseguiram resgatar do clima das academias dos anos 60 a 80 e ainda dá um estímulo novo para o corpo e para a mente!
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